Flores ao sol e porta-copos rasgados

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“Talvez seja para ser assim mesmo, talvez os porta-copos sejam feitos para serem destruídos. Por isso são tão frágeis. Como as memórias. Frágeis. É fácil esquecer, se enganar, misturar datas e lugares. Não é difícil não esquecer. É fácil. E acontece com todo mundo. Talvez seja pra ser assim, não é para durar, como os porta-copos. Vai ver as lembranças também são feitas de papelão barato e farelento.”

REF: 978-65-80360-60-4 Autor: Gênero: , , , ,

Descrição

Instigante. Essa palavra, embora vasta em amplitude semântica, talvez seja a mais palpável para definir a literatura elaborada por Victor Hugo R. Vianna. Com vocábulo levando em consideração a proposta estética do autor, cuja estrutura, geralmente de capítulos, é composta aqui por e-mails como marco de assimilação do tempo, do espaço e do enredo. A tessitura dos narradores-personagens também nos impressiona, pois, à medida que a história avança por meio da troca de e-mails, os irmãos Miguel, que mora no interior do Rio Grande do Sul, e Danton, que mora no Japão, deixam-nos transitar em seus espaços de vida e conhecer o que os aproxima e o que os afasta. Embora separados geograficamente, os dois demonstram um amor incondicional um pelo outro, reciprocidade que os aproxima ainda mais durante a pandemia da COVID-19, a qual chegou trazendo distância, isolamento e solidão, e adiando os planos dos irmãos se encontrarem no Japão. O romance busca recriar o universo da correspondência, fazendo uso da linguagem sem filtros, diálogo que flerta com a oralidade, o que também revela o quanto os dois são irmãos de alma, algo que transcende o não dito em cada palavra expressa. Tudo começa quando uma viagem começa a ser planejada. Permita-se viver a expectativa de Miguel e Danton, abra o primeiro e-mail e verás que a vida é um eterno encontro.