“Escrever, antes de tudo, é vivência; é amadurecer-se pelo tempo, enquanto desprendimento e autoria do não-lugar. Por mais que se objetive pessoalidade em nossos textos, ainda assim, em algum ponto, subjetivamos o distanciamento. Em Reflexões sobre a vida não há linearidade nem unidade, o sujeito poético (eu lírico ou eu poético, voz que enuncia o poema) se constitui de uma entrega sem fim entre espelhos e despertares, na urgência de dizer o que é atemporal. Das confissões que se derramam do seu âmago, a cada página virada, uma explosão de sensações que vão, aos poucos, nos invadindo e suavizando o viver. Descobrir-se e redescobrir a própria poesia no instante ou na temática surpreendente é o caminho mais viável para vivenciar a não linearidade do livro, que é múltipla justamente na amplitude e alcance das memórias afetivas da autora.”

– Delalves Costa / Poeta e escritor